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EPIs Ergonômicos: Como Eles Previnem LER e DORT

Você sabia que, em 2024, o Brasil registrou mais de 4 mil afastamentos devido a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), conforme dados alarmantes do SINAN? Essas condições, embora com nuances distintas, compartilham um denominador comum: lesões que afetam nosso sistema musculoesquelético, a estrutura vital que nos permite realizar nossas tarefas diárias. Imagine a complexidade desse sistema, composto por ossos que nos sustentam, articulações que possibilitam o movimento, músculos que geram força, nervos que transmitem comandos e tendões que conectam tudo! Quando submetemos essa engrenagem perfeita a sobrecargas mecânicas, o resultado pode ser doloroso ou mesmo incapacitante.

Em 2000 a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu que o dia 28 de fevereiro seria de combate às Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT). A data marca a importância do alerta sobre essas enfermidades, que podem apresentar diversos sintomas, como a perda da força dos braços, dormência nas mãos e dores provocadas nas articulações, músculos e tendões, resultados da superutilização das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular e da falta de tempo para a sua recuperação.

Entendendo os Vilões: LER e DORT em Detalhe

A LER – Lesão por Esforço Repetitivo é um termo guarda-chuva que engloba diversas condições que afetam nosso sistema musculoesquelético devido a essas sobrecargas. Pense em doenças e sintomas como:

  • Mialgia: Aquela dor muscular persistente que teima em ir embora.
  • Dedo em gatilho: Quando um dedo fica preso em uma posição flexionada e depois estala ao esticar.
  • Bursite: A inflamação das bolsas sinoviais, pequenas almofadas que protegem nossas articulações.
  • Tendinite: A inflamação dos tendões, as cordas fibrosas que ligam os músculos aos ossos.
  • Lombalgia: A famosa dor nas costas, que pode irradiar para outras partes do corpo.

Os sintomas da LER são variados e traiçoeiros, podendo se manifestar como dormência, formigamento, dores irradiadas, fraqueza e até mesmo alterações na sensibilidade. Curiosamente, esses sinais costumam dar as caras, principalmente, nos nossos membros superiores.

Já o DORT – Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho é um pouco mais específico. Ele se refere àquelas lesões do sistema musculoesquelético que têm uma conexão direta com as atividades que realizamos no nosso trabalho. A causa dessa síndrome reside em mecanismos agressivos, que vão desde os esforços repetitivos e contínuos até as posturas inadequadas que adotamos durante a jornada, sem esquecer do impacto silencioso do estresse no nosso corpo.

Pense em profissionais que dependem intensamente de seus corpos para trabalhar: digitadores incansáveis, operadores de britadeiras vibratórias, músicos com movimentos precisos e atletas de alto rendimento. Todos eles estão, infelizmente, mais suscetíveis a desenvolver o DORT.

As Engrenagens que Falham: As Principais Causas de LER/DORT

Quando o ambiente de trabalho não é nosso aliado, as chances de desenvolver um distúrbio osteomuscular disparam. As causas de LER/DORT estão intrinsecamente ligadas a alguns fatores críticos:

  • O Excesso Silencioso: A repetição incessante de movimentos, mesmo que pareçam pequenos, pode sobrecarregar músculos e articulações.
  • A Postura Traiçoeira: Manter o corpo em posições inadequadas por longos períodos, tensiona estruturas que não foram feitas para isso.
  • O Trabalho Sem Pausas: A falta de intervalos regulares e de descanso impede a recuperação do corpo, levando à fadiga e à lesão.
  • O Mobiliário Inadequado: Cadeiras que não apoiam a coluna, mesas na altura errada – um verdadeiro convite ao desconforto e à dor.
  • A Jornada Exaustiva: Trabalhar por horas a fio, sem dar ao corpo o descanso necessário, é como correr uma maratona todos os dias.

E onde entram os EPIs nessa história?

EPIs Ergonômicos: Seus Superpoderes Contra Lesões

Os EPIs ergonômicos são a cereja do bolo na prevenção de lesões. Eles são projetados para oferecer a proteção necessária sem sacrificar o conforto e a liberdade de movimentos do trabalhador. Vamos conhecer algumas categorias de EPIs que atuam diretamente na ergonomia e na segurança:

  1. Luvas Ergonômicas: A Proteção da nossas Mãos
    • Luvas de segurança com design anatômico são verdadeiras aliadas na redução da fadiga muscular e na prevenção de problemas nas articulações das mãos.
    • Materiais inteligentes como couro sintético e borracha nitrílica garantem a aderência necessária para um trabalho seguro, sem abrir mão da proteção.
  2. Calçados de Segurança: O Suporte Firme para Seus Passos
    • Calçados com solados antiderrapantes são essenciais para evitar quedas, um dos principais causadores de lesões.
    • Palmilhas com amortecimento atuam como verdadeiros absorvedores de impacto, protegendo suas articulações e prevenindo dores musculares, especialmente em atividades que exigem longas horas em pé.
  3. Capacetes com Suspensão Ajustável: O Equilíbrio Perfeito na Proteção da Cabeça
    • Capacetes que se ajustam perfeitamente à sua cabeça distribuem o peso de forma equilibrada, evitando aquela sensação incômoda de pressão e a consequente tensão no pescoço e na coluna cervical.
  4. Óculos de Proteção: A Clareza que Garante o Conforto
    • Modelos com ajuste ergonômico são projetados para evitar aquelas marcas de pressão no rosto que tanto incomodam.
    • Eles proporcionam conforto prolongado sem comprometer sua visão periférica, essencial para a segurança no trabalho.
  5. Vestimenta de Proteção: A Leveza que Refresca Seu Trabalho
    • Em ambientes de trabalho quentes, roupas leves e respiráveis são indispensáveis.
    • Elas previnem o superaquecimento e o desconforto térmico, fatores que podem levar à fadiga e, indiretamente, aumentar o risco de acidentes.

Investir em EPIs ergonômicos é investir na saúde, no bem-estar e na produtividade da sua equipe. É mostrar que a sua empresa se preocupa com cada detalhe, criando um ambiente de trabalho onde a segurança e o conforto caminham lado a lado. Afinal, um colaborador protegido e confortável é um colaborador mais feliz e engajado. E isso, sem dúvida, faz toda a diferença.

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